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Embora se considere que o stresse pode emergir em qualquer atividade de vida diária, a investigação tem demonstrado que este problema tende a tornar-se mais significativo quando associado ao trabalho, sendo reconhecido, nos dias de hoje, como um dos maiores desafios à saúde dos trabalhadores.

De facto, o stresse, quando observado de forma exacerbada e persistente, poderá culminar num estado mais grave de doença, designado de burnout, que limita e causa sofrimento significativo na vida das pessoas.

O burnout é caracterizado pela existência de uma elevada exaustão emocional, despersonalização e baixa realização profissional, sendo atualmente observado numa enorme panóplia de profissões.

De entre as classes profissionais que têm sido mais amplamente estudadas neste domínio, a profissão docente tem sido destacada, uma vez que se têm encontrado elevados níveis de stresse e burnout junto dos professores.

Dados de um Inquérito Nacional sobre as condições de vida e trabalho na educação em Portugal, realizado em 2018, numa amostra de cerca de 15000 professores, concluíram que quase metade dos inquiridos (47,8 %) apresentavam sinais de exaustão emocional preocupantes.

Estes dados deverão ser merecedores de um olhar crítico e atento, procurando-se identificar as origens do stresse e exaustão emocional observados, para que se possa atenuar o impacto dos seus efeitos negativos, quer nos professores a nível individual, quer na qualidade do ensino e no cumprimento dos objetivos pedagógicos.

Causas de burnout

Várias têm sido as causas associadas à presença de stresse e burnout dos professores, entre elas destacam-se: os comportamentos inadequados e a indisciplina dos alunos; os baixos salários e a dificuldade de progressão na carreira; a grande exigência de tarefas burocráticas; a pressão de tempo para o desempenho das tarefas; o elevado número de turmas e de alunos; as exigências na relação com alunos e pais; o relacionamento com os colegas de trabalho; e as suas preocupações pessoais.

Todos estes fatores nos alertam para as dificuldades e exigências inerentes à profissão docente, justificando o seu desgaste e, num grande núcleo de professores, a intenção de abandonarem a profissão ou serem transferidos rapidamente para a idade da reforma.

Efeitos do burnout

A este nível, importa destacar que cada vez mais a arte e a beleza da profissão docente têm sido abaladas pelos efeitos devastadores do burnout na saúde mental dos professores, causando sintomas como: sensação de desgaste fisíco; falta de entusiasmo e criatividade no trabalho; dificuldades de concentração; irritabilidade; perda de autocontrolo na sala de aula; insatisfação profissional; ansiedade; depressão; e abuso no consumo de substâncias.

De igual modo, importa refletir acerca do impacto destes efeitos no rendimento académico dos alunos, uma vez que as dificuldades sentidas pelos professores refletem-se na sua eficácia profissional, diminuindo-se as pontencialidades de aprendizagem por parte dos alunos.

O burnout assume-se, assim, como uma das maiores ameaças ao mundo do ensino, constituindo-se como um risco para professores e alunos. Deste modo, é essencial que se procure lutar pela qualidade do ensino que depende, invarialvelmente, do bem estar individual de cada professor.

Urge, então, a necessidade de uma atenção especial e intervenção com esta classe profissional, procurando-se repensar a sua estrutura e dando-se-lhe ferramentas para que os professores sejam cada vez mais capazes de enfrentar os desafios inerentes ao exercício da sua profissão. Olhemos para esta realidade com a atenção e importância que ela merece e sejamos agentes ativos. Enquanto sociedade, consideremos a saúde mental, sempre, como o bem mais essencial e a prioridade de todos.

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